Reverberando a Vitória II

Desde muito jovem sempre fui aficionado por quadrinhos, para se ter uma idéia com oito anos eu possuía cerca de 700 revistinhas, esses quadrinhos refletiam sempre o herói como o vitorioso isso fazia muito sentido pra mim. Quem morre, ou sofre algum mal é o vilão e não o herói. Nos quadrinhos, pelo menos na minha época, o bem sempre vence. Na lógica religiosa a mim apresentada também.
Curioso, essa é a mesma utilizada na sociedade atual. Basta observamos a impunidade nos meios políticos e sociais. “Não ele não é corrupto porque se fosse estaria preso, e se está solto é porque é justo”
Essa lógica torpe e violenta diz que; quem vence está certo, e só vence porque está certo. E estando certo tem a benção e a aprovação de Deus, e por receber a benção e a aprovação de Deus é que vence.
Foi essa a lógica que motivou a Davi enfrentar o gigante. “Estou do lado da justiça, e por que estou do lado da justiça tenho Deus do meu lado, e porque Deus está ao meu lado vou derrotá-lo. E quando eu vencê-lo todos verão que estou lado da justiça e que Deus é comigo e não com o filisteu”.
Todas as sociedades pensam assim; os vitoriosos estão certos e se estão certos Deus está do lado deles. E porque estão certos e possuem Deus ao seu lado vencem.
Mas Jesus Cristo, o justo de Deus morre. A bênção encarnada é condenada a maior maldição possível aos homens. A personificação da justiça de Deus é crucificada.
“Tú não és o filho de Deus? Deus não é contigo, então desce da cruz!” disseram.
Através de Jesus Deus nos mostra que a vitória não significa necessariamente justiça, posso ser vitorioso mesmo não sendo justo basta possuir mais poder que o outro. Mostra-nos que aparentemente quem perdeu pode ser o verdadeiro vitorioso.
Quem é o Justo? O justo é o crucificado.
Mas o crucificado não é o que perdeu o derrotado? Sim, é possível que um justo seja derrotado, mesmo com a certeza que Deus está ao seu lado. E mesmo aparentemente derrotado ser o grande vencedor.
Por Leonardo Pessoa
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